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Os 23 anos de vida do jornal O Saquáe da editora Tupy Comunicações

Editorial - Dulce Tupy

Os 23 anos do jornal O Saquá e da Tupy Comunicações. Exatamente no mês de julho de 2023, fui procurada por um político local para ajudá-lo a fazer um jornal que o levasse ao poder. De cara eu disse que não poderia porque estava às vésperas de fazer uma cirurgia de hérnia que se avolumva em minha barriga e que existe até hoje! Aceitei o desafio e logo alguns anunciantes se juntaram ao nosso grupo e chegamos lá!

Jornais aqui no interior nasciam e morriam assim, mas eu não sabia. Acabada a eleição, o jornal acabava também e, assim, vários políticos ficaram surpresos quando viram o jornal O Saquá nas bancas, normalmente. Eu vinha de outra cultura, em São Paulo, onde estudei e me profissionalizei como jornalista e no Rio, onde de consollidei numa carreira de muito glamour e pouco dinheiro. Por isso tive que procurar atalhos, outras oportunidades, escrevi um livro de sucesso sobre samba, lançado em 1985, viajei para a África e Europa, participei da fundação de um museu e me tornei diretora do Museu Carmen Miranda, no Aterro do Flamengo, o segundo mais visitado depois do Mueu do Futebol no Maracanã.

MUITAS LUTAS

A opção de vir morar em Saquarema, surgiu em meados dos anos 90 e foi aqui que aprendi a sobreviver em condições bem adversas mas com um ganho em qualidade de vida, próxima da natureza, ativista do meio ambiente e admiradora da cultura popular, que me rendeu um prêmio na Lei Aldir Blanc e a publicação de meu segundo livro, Folias de Saquarema: dois aspectos da cultura popular. Aqui tambérm me engajei no movimento comunitário e cheguei a manter uma coluna no Jornal da Cidade, do grande jornalista Oswaldo Barcellos, marido de minha amiga professora Lina, de família tradicional de Saquarema.

Pela redação do jornal O Saquá passaram vários profissionais em Saquarema, desde jornalistas, repósteres, redatores, fotógrafos, designers, diagramadores, distribuidores até os diversos colaboradores, publicitários, entre eles o grande surfista e homem de marketing Rossini Maraca, de quem nos tornamos amigos, eu e meu marido, o repórter fotográfico Edimilson Soares, meu companheiro há mais de 30 anos… Mas aqui também iniciamos nossa entrada na velhice, com poucos recursos e muitas dificuldades, mas conseguindo manter nossa postura crítica íntegra, acima das brigas políticas locais.

Quando o jornal fez 15 anos, fizemos uma festança que começou na Câmara Municipal e acabou em frente, na Casa da Cultura Walmir Ayala, outro jornalista que veio morar em Saquarema e foi enterrado no cemitério mais bonito do mundo, atrás de igreja de Nossa Senhora de Nazareth. Aos 20 anos de jornal, fizemos apenas matérias especiais e um entrevista que a nossa parceira, a cronista e poeta Beatrilz Dutra se esforçou em fazer… marcando a data.

LIVROS E JORNAIS

Hoje, nos 23 anos de jornal O Saquá e da editora Tupy Comunicações, que já editou mais de 15 livros em Saquarema, confesso que estou cansada, muito cansada e à espera de que novos jornalistas aparçam para segurar a peteca! Mas jornalistas não se fazem do dia pra noite. Surgem até noticiaristas, muito comuns no interior, e atualmente, com a internet, todo mundo pode ser jornallista mais ou menos, nas redes sociais. Mas jornalismo não é só isso. Jornalilsmo é uma atividade que sobrevive ao tempo, desde que surgiu e vai ainda varar séculos, de formas diferenciadas.

Não sei onde nem quando vai parar o jornal O Saquá. Se chegamos aos 25 anos ou não! Com tantas dificuldades, a vontade é largar tudo e ir pra praia, gosar esse sol de ilnverno que faz o “veranico” em Saquarema se tornar o mais agradável de nossa existência. Sob as benção de São Jorge e Ogum, guerreilros que iluminam essa estrada rumo a um futuro desconhecido e certo, por ventura generoso, que temos ainda pela frente.

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