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Em foco, o sentir

Cultura é Notícia - Beatriz Dutra

Os jornais, via de regra, trazem muito mais notícias preocupantes e trágicas, do que notícias boas, interessantes e prazerosas. Não é mesmo? Mas de vez em quando, você pode encontrar algo que possa agradá-lo, e fazer bem à alma, amigo leitor. Como por exemplo, a crônica da jornalista e escritora CAROLINA CHAGAS, publicada em “O Globo”, de 15.06.2023, que se propõe a “lançar luz” sobre o SENTIR humano – que tem suas regras próprias e nenhum compromisso com a lógica ou coerência e pode chegar de repente ou sorrateiramente, e invadir-nos, levando-nos a “atitudes inesperadas, inconsequentes e até irresponsáveis.”

CAROLINA sugere olharmos o SENTIR no olho e darmos ouvido a ele: sugere que coloquemos o SENTIR ao lado do PENSAR; enfim, darmos ao SENTIR a mesma importância do PENSAR. E orienta: “A partir de agora, além de PENSAR, preste atenção em como você se sente em cada situação da sua rotina. Ao acordar, ao escovar os dentes, ao tomar banho. Quando toma uma bebida em temperatura ambiente, quente ou gelada. Ao morder uma goiaba, comer arroz e feijão, ao andar na rua. Quando está no transporte se locomovendo de lá para cá. Quando encontra alguém que te ama, quando está no trabalho, na hora do lazer.

E continua a citada autora: “Tente perceber que sentimentos te fazem bem, te desafiam, te estimulam, causam medo, receio. Como se sente no escuro. E com o sol no rosto. Como se sente com os olhos fechados, e com os ouvidos tampados. Como se sente pisando descalço no chão. E calçado.”
E “TRANSFORME SEU EXISTIR NUM GRANDE EXPERIMENTO SOBRE O SENTIR.”

Nos EUA há inúmeros estudos científicos sobre o SENTIR, como por exemplo, o que foi feito pela “Universidade de Vermont, em 2012, onde, além de se cadastrar, as pessoas foram convidadas a listar as palavras que os faziam mais e menos felizes. Depois do 11 de setembro, a palavra que mais causava infelicidade foi “terrorista”, seguida de “suicídio” e “estupro”. No topo da lista das palavras mais felizes estava “risada”, seguida de “felicidade” e “amor”. Entre as dez primeiras colocadas do ranking feliz também aparecem variações do rir (“sorriu”, sorrir”, “sorrisos”), bem como “arco-íris”, “excelente” e “ganhar”.

CAROLINA CHAGAS fez seu próprio estudo. E revela: “Por uma semana listei, todos os dias, as dez palavras que me fizeram bem. E descobri que gosto de abraço, chá bem quente, lençol limpo, dançar na sala, caminhada, dia de sol e árvore florida. O que fiz com as descobertas? Passei a dar mais atenção, a aproveitar bem momentos em que elas estivessem incluídas. E os dias ganharam novo colorido.”
Boa ideia, CAROLINA! Boa ideia! Que tal, leitores, listar também as palavras que nos fazem bem e aproveitarmos melhor os momentos em que elas estão incluídas em nossas vidas?…

PS: “Liste palavras que te fazem bem” é o título da crônica de CAROLINA CHAGAS, publicada em “O Globo”, de 15.06.2023.

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