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Campanha “Nem um poço a mais” luta contra o Porto de Jaconé

A manifestação de protesto contra o Porto de Jaconé foi na Praia do Sossego, em frente ao Costão de Maricá

A Campanha Nem Um Poço a Mais protocolou, no Governo do Estado do Espírito Santo, um abaixo-assinado contra a instalação do Porto Central, em Presidente Kennedy, na região sul. A entrega do documento foi feita como parte da manifestação contra a expansão da indústria petroleira no Espírito Santo, realizada no Centro de Vitória. O abaixo-assinado conta com mais de 25 mil assinaturas.
No documento consta que a posição contrária à instalação do Porto Central se dá por “desrespeitar patrimônio cultural e religioso, cercando e sufocando o Santuário das Neves”. O templo, datado de 1694, ficará “ilhado” com a construção do porto, já que o empreendimento avançará até o Santuário, onde de um lado será construído o estacionamento dos caminhões, e do outro, o espaço para tonéis de até 20 metros, conforme destacou a ativista da Campanha Nem Um Poço a Mais, Flávia Bernardes, por ocasião da manifestação realizada durante a Romaria de Nossa Senhora das Neves, em agosto último. Além disso, a educadora enumera outros motivos como o desmatamento de mais de 2 mil hectares de restinga, a ameaça a atividade da pesca artesanal envolvendo mais de 400 famílias e a chegada de mais de 2 mil trabalhadores na região que vai impactar a segurança das mulheres.

O diretor do Museu de Conhecimentos Gerais, Carlos Alexandre, com sua filha Nathalia e mais um manifestante

CAMPANHA EM SAQUAREMA

Já no Rio de Janeiro, a campanha antipetroleira “Nem um poço a mais” vem se voltando para a ameaça de construção do Porto de Jaconé, em Ponta Negra, Maricá. Projetado para ser construído em uma área ecológica de rara importância geológica, cultural e natural, o Porto de Jaconé tem sido alvo de vários protestos, entre eles o mais recente realizado em Maricá, na Praia da Sacristia e na Praia do Sossego, em frente ao Costão de Maricá.

Grupo de ativistas nas margens do Canal de Maricá que será prejudicado com a construção do Porto de Jaconé

Os ativistas da campanha “Nem um poço a mais” se reuniram em Ponta Negra, numa praça ao lado do Canal, onde realizaram vários protestos. O biólogo Carlos Alexandre, diretor do Museu de Conhecimentos Gerais, de Jaconé, representando os veteranos da luta Porto Não! falou da necessidade de se conscientizar os moradores que serão os principais prejudicados com a instalação do porto. Vinicius, membro do movimento da Ecologia Integral e da campanha “Nem um poço a mais” ressaltou a importância de divulgar essa luta que vem sendo empreendida há vários anos, tanto em Saquarema, como em Maricá.

Ativistas diante da deslumbrante paisagem da Praia de Jaconé que será vítima da construção do Porto em Maricá

Os protestos duratam toda a manhã de domingo e incluíram três territórios: o canal de Maricá, a praia da Sacristia e a antiga praia do Sossego em Ponta Negra. Em seguida, o grupo de manifestantes se dirigiu para a sede da AMILA, Associação de Moradores de Vilatur, onde participaram de um almoço coletivo e de outras manifestações em apoio ao movimento comunitário local. A AMILA vem desenvolvendo um grande trabalho de reciclagem de resíduos sólidos que tende a se consolidar naquela região, entre Saquarema e Araruama.

AMEAÇA AO MEIO AMBIENTE

O Porto de Jaconé – ou Terminais Ponta Negra – se construído terá um impacto gigantesco na região. Previsto para se instalar no Costão de Maricá, em Ponta Negra, final da Praia de Jaconé, ele vai impedir os campeonatos de surf que acontecem alí há vários anos, vai impedir o estudo dos beachrocks, arenitos de praia, descritos pelo cientista inglês Charles Darwin, quando passou por ali em 1832, vai destruir a natureza local com mata de restinga, vai impedir a pesca que tem sido praticada há séculos naquela área, vai transformar a vida dos moradores, entre outros prejuízos.

O geógrafo, professor Miguel, discursando em protesto contra o Porto de Jaconé

Mas a ganância dos homens quer cada vez mais a indústria do petróleo, uma indústria que traz mais malefícios do que benefícios para as populações locais, onde se instalam. É assim, uma ameaçã à vida comunitária, à paz entre as famílilas locais e um atrativo para a vinda de tráfico de drogas e prostituição, como ocorre geralmente nos portos, principalmente nos portos de petróleo. Os danos advindos do derramamento de óleo no mar serão intensos e irão prejudicar toda a fauna marítima, prejudicando os pescadores. Porém, já se fala que no primeiro trimestre de 2025 será colocada a pedra fundamental da construção do porto. Um crime contra a nossa natureza e a nossa gente!

A ativista Zelinha cantando uma música inspirada na destruição que irá provocar a construção do Porto de Jaconé

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