
A secretaria de Educação, Cultura, Inclusão, Ciência e Tecnologia de Saquarema realizou, entre os dias 11 e 20 de novembro, a 3ª edição da Feira Literária do município, a 3ª FLIS. O evento foi montado em tendas no antigo Campo de Aviação, no Centro. Com intensa programação para todas as idades, mas com destaque para o público infanto-juvenil, a feira homenageou a escritora e ativista indígena Eliane Potiguara.
Com uma expectativa de público de 90 mil pessoas, a FLIS contou com mesas redondas, oficinas, apresentações culturais e rodas de conversa. Durante as manhãs e tardes, o público infantil e juvenil pode conferir sessões de contação de histórias, oficinas literárias e atividades interativas. Já de noite, os autores participaram de debates sobre inclusão, bibliodiversidade e as múltiplas facetas da literatura brasileira contemporânea.
Esse ano, a homenageada da 3ª FLIS, foi a escritora indígena Eliane Potiguara, autora de 8 livros e consultora da ONU, indicada para o Prêmio Juca Pato, que participou de uma mesa com o também autor indígena Daniel Munduruku, autor de mais de 60 livros, vários premiados, inclusive com o prêmio Jabuti e que recentemente trabalhou como ator na novela Renascer, no papel do cacique Jurecê. Eliane e Daniel falaram sobre a literatura indígena e os desafios que enfrentam os povos originários.
LITERATURA COMO TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Reconhecida por sua luta incansável pelos direitos humanos dos povos indígenas, Eliane Potiguara em sua trajetória no Brasil recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Autora de obras como a cartilha “A Terra É a Mãe do Índio”, “Metade Cara, Metade Máscara” e “O vento espalha minha voz originária”, entre outros livros, incluindo infanto-juvenis, a autora participou de atividades na 3ª FLIS que destacaram o papel da literatura indígena como ferramenta de transformação social.
A programação cultural da FLIS teve também show de abertura do Mágico Patrick e a performance do grupo Violúdico. Na feira de livros, 80 editoras e 180 boxes ficaram disponíveis. Estudantes da rede pública puderam adquirir obras literárias por meio de vouchers que a Prefeitura distribuiu, incentivando a leitura entre os jovens. A inclusão também teve destaque na FLIS deste ano, com a “Oficina Musical Inclusiva” e a “Contação de Histórias com Acessibilidade”, atividades adaptadas para todos os públicos.
Por fim, no Dia da Consciência Negra, o evento teve a participação da Intelectual “Diferentona” Bárbara Carine, que fez uma palestra sobre suas obras “Querido Estudante Negro” e “Como Ser um Educador Antirracista”. Em destaque, a importância da educação antirracista e o fortalecimento da identidade negra no ambiente escolar, frizando como esses temas são essenciais para combater o racismo estrutural na sociedade. Outros autores que participaram da 3ªFLIS, foram Ondjaki e Conceição Evaristo e Roseana Murray.