O grupo da Agenda 21 com a prefeita Franciane Motta (à direita) e Ricardo Ferraz, coordenador da Agenda 21 Comperj (o mais alto no fundo à esquerda). Foto: Agência Petrobras.
Saquarema entra para o rol de municípios que conseguiram, através de muito trabalho, confeccionar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, produzido pelo Fórum da Agenda 21 Local, em parceria com o Fórum da Agenda 21 Comperj, promovido pela Petrobras. Desde 2007, um grupo formado por 4 setores da sociedade local se reuniu e debateu aspectos socioeconômicos, ambientais e culturais do município, com um olhar crítico em busca de soluções sustentáveis para o crescimento ordenado. O trabalho foi para evitar os impactos negativos que poderão advir da instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, em Itaboraí. O estudo serviu também para projetar impactos positivos do maior empreendimento do setor na América Latina.
A apresentação do projeto Agenda 21 foi feita num telão e, em seguida, com explicações da coordenadora técnica Patrícia Kranz. Apresentaram-se os representantes dos 4 setores sociais. O 1° setor, o chamado setor público, teve como coordenador o fisioterapeuta Jorge Mathias, que comentou como a política pública é complicada em nosso país e que nesse processo de construção da Agenda 21 foi fundamental a vontade política, especialmente da prefeita Franciane Motta. Representando o 2° setor, o setor empresarial, a jornalista e empresária Dulce Tupy, emocionada, ressaltou a importância dos técnicos da Petrobras em todo o processo, a responsabilidade das empresas com a causa do desenvolvimento sustentável e o Seminário sobre Resíduos Sólidos, que mobilizou a cidade, no final do ano passado, em evento realizado na Câmara Municipal, que ampliou a discussão pública sobre o tema.
Governança participativa
O 3° setor, a sociedade civil organizada, foi coordenado pelo bancário aposentado Almir Pereira, da ONG Renascer, que agradeceu a oportunidade e manifestou sua alegria de receber outros Fóruns de Agendas 21, como os de Maricá, São Gonçalo, Itaboraí e Casimiro de Abreu, destacando quanto essa integração é positiva e relevante. O 4° setor, o da comunidade, foi representado por Layla Garrido, da Associação de Moradores da Restinga de Jaconé, que se alegrou por Saquarema estar dentro da lei ao incluir o setor comunitário, promovendo o engajamento da população.
O superintendente da Agenda 21 do Rio de Janeiro, representando o INEA e a Secretaria Estadual do Ambiente, Carlos Frederico Castelo Branco, destacou este momento como um novo norte para um caminho conquistado pelo exercício da democracia brasileira, em uma governança participativa, conclamando a juventude a interagir mais neste processo, onde os Fóruns das Agendas 21 vão exercer grande papel junto ao governo do Estado, que vai promover encontros para o evento Rio+20, no ano que vem. Finalmente, o coordenador geral das Agendas 21 Comperj, Ricardo Frosini Ferraz, falou que no mundo de hoje não tem mais espaço para os interesses particulares, não se pode mais crescer de qualquer jeito e que é preciso pensar em desenvolvimento sustentável, com muito trabalho e visão de futuro, para traçar metas de como chegar. Para Ricardo, agora o cidadão tem uma ferramenta excelente de planejamento das futuras ações e existe esperança para que este trabalho seja executado.
Matéria publicada na edição de maio de 2011 do jornal O Saquá (edição 133)