Dois documentários sobre portos no Espírito Santo foram exibidos no Museu de Conhecimentos Gerais, em Jaconé, no final de março. Foram exibidos dois filmes produzidos por duas ONGs com forte atuação na questão ambiental. A REDI, de Itabapoana, norte do Rio de Janeiro, trouxe o filme “Antes que o porto chegue” e a FASE, do Espírito Santo e outros estados no Brasil, apresentou o filme “Mais vida, menos Petróleo”, sobre dois portos em vias de construção.
Os ativistas Vinícius Mendes e Ellen Ramos articularam o Cine Debate em conjunto com o Movimento SOS Porto Não. A sessão de cinema foi voltada especialmente para as comunidades de Jaconé e Ponta Negra, para tratar das problemáticas ambientais do território, terra e mar, na área ameaçada pela construção do Terminal Ponta Negra ou Porto de Jaconé, na Praia de Jaconé, que abrange tanto Maricá como Saquarema.
O grande empreendimento portuário trará uma série de malefícios à população local, principalmente o risco de vazamentos de petróleo na área, aumento rápido da população em geral, sem infra-estrutura, nem água e nem luz, prejuízo para a vida marinha que é riquíssima naquele local próximo ao Costão de Ponta Negra, e os imensos males que atingem todos os portos: violência, tráfico de drogas, prostituição, etc.
SAQUAREMA SÓ PERDE
A bióloga e professora Ellen Ramos do CIEP Astrogildo Ribeiro, em Bacaxá, do Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Belford Roxo, e também da Rede Municipal de Ensino do Município do Rio de Janeiro, ministra há décadas aulas de Biologia e Ciências e no Cine Debate teve um papel fundamental, desde a organização e divulgação até o apoio técnico, por ter sido a responsável por passar os filmes no Museu de Conhecimentos Gerais. O Movimento SOS Jaconé trouxe camisetas e os adesivos disctribuídos no local. No final, o vice-presidente da Associação Aymberê, Luiz Lopes, iniciou o debate
Personalidades da vida política de Saquarema estiveram presentes, entre eles os vereadores Bruno Pinnheiro e Waguinho da Marmoraria, além do ex-deputado Paulo Melo. Filho de pescador, Paulo Melo criticou o porto que vai praticamente impedir as atividades pesqueiras no Porto de Jaconé e em seu entorno, prejudicando a vida marinha, numa área que deveria se destinar ao turismo e atividades ambientais e culturais. “Quem ganha é Maricá; Saquarema não ganha nada. É só prejuízo”, disse o ex-deputado.