O estado do Rio de Janeiro registrou em janeiro mais de 17.500 casos prováveis de dengue, o que significa um aumento de quase 1.000% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Central de Inteligência em Saúde (CIS). Só em janeiro, 676 pacientes foram internados na rede pública com a doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. Resende, Itatiaia e Rio das Ostras já têm alta acima do esperado para a dengue, que costuma ocorrer no alto verão, nos meses de março e abril.
Na última semana, o governo estadual anunciou a compra de equipamentos e insumos para os municípios com maior incidência de casos, num total de 3,7 milhões e afirma que serão montadas 80 salas de hidratação para atender cerca de 8 mil pacientes/dia. Segundo o “Plano Estadual de Combate à Dengue” serão treinados 2 mil médicos de emergências e profissionais de saúde, para garantir o diagnóstico e o tratamento correto. O estado poderá ainda converter 160 leitos de hospitais de referência para tratamento, como ocorreu na pandemia da covid-19.
DENGUE AUMENTA
EM SAQUAREMA
Em três cidades da Região dos Lagos os casos de dengue nos primeiros 16 dias de janeiro superaram o mês todo em 2023. Segundo levantamento feito pela jornal Folha dos Lagos junto à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, o caso que mais chama a atenção é o de Saquarema: durante todo o mês de janeiro do ano passado o município registrou apenas um caso de dengue: já nos primeiros 16 dias deste ano 16 casos foram registrados, um aumento de 1500% antes mesmo do mês acabar.
Em Araruama, em janeiro de 2023, apenas dois casos foram registrados, contra nove até o último dia 16 de janeiro de 2024, um aumento de 350%. Porém, o último alerta foi feito em dezembro de 2023, quando a cidade registrou 22 casos. Arraial do Cabo ocupa a terceira posição, com um caso em janeiro do ano passado, e um aumento de 100% até agora. E Saquarema, apesar de ser a cidade campeã em aumento dos casos de dengue na região, não tem no site da Prefeitura de Saquarema informação a respeito de campanhas de conscientização da população para prevenção à doença.
Arraial anunciou eforço nas ações preventivas contra a dengue e outras arboviroses. Em Araruama o último alerta foi feito em dezembro de 2023, quando a cidade registrou 22 casos. Cabo Frio, teve 16 casos no primeiro mês do ano passado, e sete até agora. Em Búzios, essa comparação é de três casos para um. Em Iguaba, de seis para três. São Pedro da Aldeia é a única cidade da região com uma queda mais acentuada: enquanto em janeiro de 2023 houve 27 casos registrados, na primeira quinzena deste ano foram apenas três.
VACINAÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue vai chegar a partir de fevereiro. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal de saúde: o SUS. O esquema vacinal é de duas doses com intervalos de três meses O público-alvo são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, por serem a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença, porém os idosos não foram incluídos neste primeiro momento. A dengue é uma doença febril aguda que pode levar a óbito. A principal forma de prevenção da doença é evitar os focos do mosquito, tampar reservatórios e caixas de água, lavar as calhas, lajes e ralos.
Segundo o Ministério da Saúde, embora alguns casos de dengue sejam leves, e até mesmo assintomáticos, mulheres grávidas, crianças e pessoas acima de 60 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença, podendo causar morte. Por enquanto, a única forma de prevenir a doença é manter os imóveis (partes interna e externas) limpos e livres de água parada. Mas em fevereiro uma novidade deve reforçar essa prevenção: a vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, que já foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) pelo Ministério da Saúde, deve começar a ser oferecida de forma gratuita, nos postos de saúde.
