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A mais antiga livraria do país pode virar patrimônio nacional em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense

Livraria ‘Ao Livro Verde’, em Campos

Com dívidas de R$1,6 milhão e pedido de autofalência judicial, a livraria “Ao Livro Verde”, a mais antiga do Brasil em funcionamento, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, corre risco de fechar as portas, mas parece que está sendo salva no segundo tempo! Trata-se de um patrimônio histórico-cultural nacional de 179 anos, que vem sendo pressionado por uma crise, agravada pela pandemia.

Logo que a situação foi divulgada, surgiu um movimento chamado “SOS Ao Livro Verde”, liderado pelo jornalista Adelflan Lacerda, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ) e presidente da Fundação Cultural de Campos, mantenedora do Centro Universitário do Norte Fluminense (UNIFLU) que congrega as Faculdades de Direito, Filosofia e Odontologia da cidade.
Foi feito um abaixo-assinado, que está reunindo cerca de duas mil assinaturas de populares e diversas instituições da sociedade civil do município e outras cidades, inclusive da Academia Brasileira de Letras, na capital do Rio de Janeiro. Muitos se manifestam com comentários, dando sugestões para preservação desta verdadeira entidade nacional que é a livraria “Ao Livro Verde”.

COMISSÃO TÉCNICA

Uma dessas propostas é a criação da “Casa de Cultura – Livraria Ao Livro Verde”, pauta de uma Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Campos. O prédio fica no centro da cidade e é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (COPPAM). Segundo Lacerda, a empresa está com todas as obrigações trabalhistas em dia, mas há uma ação civil de autofalência, decorrente da crise instalada no setor por causa da pandemia do Coronavírus.

Uma comissão técnica está sendo criada para discutir o tema e analisar as propostas, para ser aprovada lei oficializando a livraria como patrimônio histórico-cultural municipal. “Já existe um projeto do Executivo municipal de revitalização do centro histórico de Campos; esse gesto da prefeitura seria uma virada de chave”, considera Lacerda.

“Uma livraria não pode ser concebida apenas como um comércio de livros”, defende o presidente da Academia Campista de Letras (ACL), Cristiano Fagundes, reforçando: “Pensar uma livraria de forma restrita, como uma casa destinada apenas à venda de livros, é um pensamento pequeno e totalmente fora do compasso social”. A coordenadora do Arquivo Público Municipal, Rafaela Machado, diz que quando se fala sobre a livraria mais antiga do Brasil, torna-se uma discussão mais ampla: “Aos vereadores cabe, inclusive, o papel de levar para Alerj, no Rio, e Senado, em Brasília, para que a gente discuta nacionalmente o que está acontecendo com a “Ao Livro Verde”, sugere.

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