![A apresentação do Coral Encanta Saquarema incluiu o samba de Ataulfo Alves e Mario Lago: “Ai que saudade da Amélia” e o clássico “Samba do avião” do maestro Tom Jobim (Fotos: Edimilson Soares)](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Coral-Encanta-Saquarema-Edimilson-Soares.jpg?resize=620%2C413)
![A jornalista Dulce Tupy ao lado da fotógrafa Michele Maria e da então subsecretária de Cultura, Sandra Santana](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Dulce-com-Miche-e-Sandra.jpg?resize=250%2C298)
O primeiro samba registrado na Biblioteca Nacional, o “Pelo Telefone”, do percussionista Donga e do jornalista Mauro de Almeida, o famoso Peru dos Pés Frios, no início do século 20, é um marco na história do samba urbano praticado no Rio de Janeiro. Na chamada Pequena África, área no centro da cidade que ia desde o Largo da Carioca aos pés do Morro de Santo Antônio, passando pela Lapa, Praça Onze até os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, perto do Morro da Conceição e da Praça Mauá, tudo era do povo. Por ali viviam os negros que chegaram da Bahia, advindos da Guerra dos Canudos, no final do século 19, e posteriormente os sobreviventes da Guerra do Paraguai, que subiam os morros nas áreas próximas do quartel general, em frente ao Campo de Santana, em busca de moradias.
![Os exímios violonistas Célio Silveira e Wagner Meirelles, professores de música do Instituto Villa-Lobos são pai e filho](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Célio-Silveira-e-Wagner-Meirelles-Edimilson-Soares.jpg?resize=620%2C413)
Foi na Praça Onze, território ocupado por negros, judeus e prostitutas, que o samba nasceu. Na casa da baiana quituteira Tia Ciata, casada com um médico, havia festas onde se tocava choro e maxixe na sala de visita, samba e jongo no quintal que, quando acabava o samba, virava capoeira e candomblé. Numa roda de samba na casa de Tia Ciata nasceu o “Pelo Telefone”, uma provável composição coletiva que Donga registrou como sendo sua na Biblioteca Nacional, no dia 27 de novembro de 1916, considerado o primeiro samba gravado, que fez um estrondoso sucesso no carnaval de 1917. Mas o samba já existia muito antes desta data, fruto do cruzamento de raízes africanas e brasileiras, na época colonial.
![Yara Vaz, do Bloco Sambaqui, interpretando Noel Rosa, grande compositor dos Anos 30 ao lado do irmão e sambista Sérgio e do violonista Célio (Foto: Agenelo Quintela)](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Íara-com-Sérgio-e-Célio-Silveira-Agnelo-Quintela.jpg?resize=620%2C415)
![Glauce interpretando o Toque da Oxum, uma das raízes do samba](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Glauce-Edimilson-Soares.jpg?resize=270%2C412)
Um pouco da história do samba foi contada pela jornalista Dulce Tupy em palestra ilustrada com músicas, na Casa de Cultura Walmir Ayala, no centro de Saquarema. Para ilustrar a origem do samba, se apresentou o músico Pablo Aruêra e a cantora, atriz e dançarina Glauce Pimenta Rosa, ele fazendo uma abertura com um toque em homenagem a Exu, orixá da comunicação, e ela dançando um toque da Oxum, uma das prováveis origens do samba. Em seguida, os exímios violonistas Célio Silveira e seu filho Wagner Meireles, executaram choros e sambas, demonstrando a evolução do ritmo através de belas composições de Dilermano Reis, João Pernambuco e Pixinguinha.
![Pablo Aruêra executando o toque de Exu na abertura da palestra](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Pablo-Aruêra-Edimilson-Soares.jpg?resize=270%2C533)
Iara Vaz, do Bloco Sambaqui de Jaconé, interpretou um samba célebre dos anos 30, de Noel Rosa, com a ajuda luxuosa do pandeiro de seu irmão Sérgio e o violão de Célio. O seresteiro Zezé Conceição interpretou um grande samba-canção e o coral Encanta Saquarema, da Prefeitura Municipal, cantou Ai que saudade da Amélia, de Ataulfo Alves e Mário Lago, além de “Samba do Avião”, do maestro Tom Jobim. Assim, a palestra virou um espetáculo musical vibrante, onde várias faces do samba puderam ser apreciadas pelo público que lotou a sala da Casa da Cultura. Na ocasião, a jornalista Dulce Tupy informou que seu livro “Carnavais de Guerra, o nacionalismo no samba”, lançado em 1985, esgotado há vários anos nas livrarias, agora está disponível na internet, no site da Tupy Comunicações: tupycomunica.com. E pode ser baixado gratuitamente.