Plantão de Polícia (AG Marinho)

A casa do cacete mal assombrado e outros casos

Plantão de Polícia - AG Marinho

A casa do cacete mal assombrado

O velho casarão tinha fama de ser mal assombrado. Aparições se arrastavam sinistras pela penumbra dos corredores. Passos, gemidos e sussurros se ouviam nos quartos mal iluminados. A cozinha, arrumada após o almoço, amanhecia como se o furacão da desordem tivesse sido o principal convidado para um banquete no inferno. Ofensas amaldiçoadas brotavam de bocas fumegantes, mesmo assim, Elma e as seis filhas se negavam a mudar da antiga habitação, herança dos bisavós.

Os relatos das aparições chegaram aos ouvidos do ex-marido, que fez um mutirão de irmãos e se escondeu nas proximidades do casarão para investigar o caso. Logo na primeira noite viram treze “assombrações”, todas com o bilau duro, andando peladas pela casa. Umas falavam cavernosos palavrões e outras, ansiosas e desesperadas fumavam maconha.

Na cozinha, Catharina, a ex-esposa, só de avental, com as maminhas e a lasca da bunda de fora fazia o rango a ser servido após a infernal surubada. Nos quartos, as filhas gemiam aterrorizadas pelos fantasmas que pagavam R$120 para penetrar e possuir os corpos das perfuradas virgens arrepiadas. No cardápio, pinguelada na fantasma incluindo o jantar da meia-noite, custava R$150. A batida, “dedada no furingo da bruxa”, era por conta da casa. Chamada, a polícia chegou e acabou com o redevu mal assombrado. A cafetina da bunda em pelanca continua presa, porque duas das filhas surubadeiras alegaram menor idade.

Esculachado na porrada

Peregrina e caladinha anda largada no bundalelê vivendo embaixo da ponte. Destrambelhada, fez sexo grupal recebendo como pagamento meia dúzia de siri puaba da preta. Com 1,51m de altura, tem corpo de menina, jeito de garotinha e papo de mulher do mundo da lua. Afirma que tem trinta e dois anos e se considera, doidinha e insaciável. Sem teto por opção tem a rua como residência, um pedaço de esteira como cama e se cobre com quem lhe deitar em cima. Durante o dia come qualquer coisa e o que tiver e, à noite, saboreia o homem que aparecer e por qualquer nada. Disse que tem um “gringo”, que na última vez, por uma noite inteira de sacanagens, lhe deu dois reais e um pacote de mariola. “Sou feliz ao meu jeito” afirmou sorrindo enquanto usando apenas uma miniblusa lavava, na lagoa, a única outra peça de roupa que possui. Mas o fato é o seguinte: todo mundo gosta dela.

Um predador ilegal arrogante, complexado e preconceituoso, que constantemente aparece em Saquarema para depredar a lagoa usando arrastão para camarão com malha fina, que com truculência e autoritarismo provoca e ameaça os pescadores locais, sem qualquer razão anunciou que na sua próxima pescaria pretendia esculachar a baixinha na porrada, “além de enfiar um bagre com ferrão em qualquer buraco que encontrasse entre as pernas daquela negrinha puta e fedorenta”. A galera não gostou e, em defesa da baixinha quebraram o forasteiro no cassete. Foi tanta porrada e a coisa foi tão feia que ele foi levado desmaiado, em coma, ou sei lá mais o que para o hospital de Araruama, município onde reside. Alguém quer saber a opinião deste colunista? Bem feito.

Refogando a manjuba na macega

A primeira coisa que Otávia fez com o dinheirão que o marido ganhou na loteria foi resolver o seu problema de rabo achatado colocando 400 ml de silicone em cada lado da bunda e a metade do mesmo tanto em cada teta. Para empinar e mostrar bem o trazeiro comprou uma moto com banco modelo arrebita a ruela e passou a acelerar pelas praias usando um biquíni cravadão. O marido, que antes era cachaceiro, passou a tomar porre de whisky e dar cantada nas mulheres dos outros oferecendo dinheiro e joias.

No primeiro dia de sol quente deste mês de dezembro Tavinha hospedou a buzanfa na garupa da kawasaki de um motoqueiro de aluguel e foi refogar a manjuba do ficante numa praia deserta da região. Enquanto os dois se esbaldavam pelados na areia quente, um ladrão roubou a moto, as bolsas com dinheiro e as roupas do casal. Ele chegou na delegacia com o peru de fora. Ela segurando duas folhas de mamona, uma para cobrir a periquita e outra para tampar a cisterna de silicone. Avisados, o marido corno e a esposa traída foram até a DP para tomar conhecimento dos fatos. Devidamente embriagado ele disse saber que Otávia, depois que ficou rica, vive com a tarraqueta pelando e pronta pra refogar uma boa manjuba na macega. Corna conformada, a esposa do motoqueiro disse que o marido tem autonomia, é jumento de programa, atende pelo disk$sexo, cobra por hora todo e qualquer tipo de sacanagem e vende sêmen no varejo para laboratórios que fazem fertilização de mulheres casadas com homens dos ovos secos.

Overdose de picadura

As três filhas encalhadas de Zico, pescador que morreu engasgado com uma cabeça de savelha, sobrevivem da venda de mexilhões e da carne de caranguejo catado no mangue dos fundos da casa. Sentadas arreganhadas no quintal, sob um pé de cajarana, mal escondiam as periquitas saudosas, que tristes e cabeludas admiravam a paisagem da lagoa.

Enquanto as irmãs debulhavam os frutos do mar, uma pedrada sacudiu com violência o galho que sombreava a cena. Uma casa de marimbondo do rabo vermelho e três fiapos de cabelo na bunda despencou e se espatifou na boca do caldeirão que fervia os mariscos. Furiosos e esbaforidos se embolaram nos cabelos, se enfiaram por dentro da roupa e por baixa das saias das irmãs. O estrago foi aterrorizante. Nunca se viu tanta picadura entre as pernas. Delma, tanto arreganhou a goela pra gritar que levou quatro picaduras na boca. Ficou tão inchada que teve que ser entubada de emergência com um pedaço de mangueira de jardim. Quando o resgate chegou, a reação alérgica já tinha se espalhado. Os inchaços iam do dedão do pé até ao embaraço dos cabelos. Regina, atordoada, se jogou no lamaçal do mangue e ficou atolada até as maminhas. Célia, que pra se proteger enfiou a cara dentro do caldeirão de mexilhão, ficou de rabo pra cima e tomou mais de trinta picaduras na bunda.

O pescador acusado de ter atirado a pedra foi identificado e preso, mas na delegacia apontou a sua esposa como sendo a responsável pela pedrada e afirmou: “ela fez isso porque acha que eu ando me reboceteando com as três irmãs encalhadas”.

Fuzuê no beco do pó

Quando Aroldo, o Dodô, descobriu que o filho maconheiro tinha roubado o relógio folheado a ouro da irmã pra pagar dívidas de pó e de crack, expulsou o rapaz de casa e ameaçou “esmigalhar os cornos do safado com o cabo da enxada”. A coisa rendeu e a porrada comeu no Beco do Pó, onde os trafiqueiros se reuniram para esculachar o pai por não aceitar as canalhices do marmanjo drogado. Ofendido, Dodô passou a mão numa espingarda. Primeiro usou a arma como porrete, depois sapecou um tiro no pé do filho e outro no ombro do fornecedor de drogas da área, que resolveu desafiar Aroldo para um duelo no Beco. Durante o enfrentamento Dodô afirmou que o oponente é o único traficante veado disfarçado do Brasil, que usa o rabo como depósito para transportar cocaína e que já tinha servido como prostituta de xadrez no presídio de Água Santa. Esbugalhados com a acusação, o beco comeu o traficante numa vaia tipo maracanã lotado.

Ofendido, dias depois voltou ao local com comparsas para derramar vingança. O Beco, preparado, derramou porrada e quando gritaram “pega o veado” ele já estava disparado ladeira abaixo com o povo berrando atrás. Tomou uma enxadada no pé do ouvido, caiu desmaiado no asfalto e foi resgatado pela polícia com um bolso cheio de papelotes de cocaína e o outro com vinte baseados de maconha manga rosa. Os três comparsas do traficante também foram presos e encaminhados para delegacia.

Escondeu a bunda no IML

No auge dos seus 72 anos, Lilica, para ficar parecida com a boneca Barbie, oxigenou cabelos de loiro, tatuou as sobrancelhas com tinta marrom, a boca com vermelho cafetina, colou unhas postiças de porcelana, fez aplicação de botox nos beiços e nas bochechas, colocou lentes azuis de contato, exagerou no clareamento dos dentes e passou a usar calcinha com enchimento no traseiro. Como resultado ficou parecida com a bunda de uma vaca vista por trás com o rabo levantado.

Para o marido, como a esposa se transformou na visão do demônio, a única saída foi pedir arrego, pegar as trouxas e debandar, mas quando consultou a conta corrente e a poupança e viu que estavam zeradas de grana voltou para casa e estilhaçou a cara de Lilica na porrada. Desfigurada e arrombada, deu entrada no hospital desbanguelada com a boca em cacos, toda mijada e vomitando sangue. Antes de sumir sem deixar rastro, Genário sapecou fogo no armário esturricando roupas, bolsas e sapatos novos recentemente comprados com as economias poupadas para a reforma da casa. Com a cara em farrapos, Lilica prestou queixa na delegacia. No IML recusou ser fotografada e examinada durante os procedimentos de corpo de delito porque, segundo a depoente, além de estar parecida com uma anta atropelada, “os médicos iam ver que até a minha bunda era postiça”.

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