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2º Congresso Brasileiro de Trilhase as trilhas do meu coração

Editorial - Dulce Tupy

O 2º Congresso Brasileiro de Trilhas, realizado no final de setembro, lotou todos os hotéis, pousadas e hostels de Niterói. Foi um evento que recebeu inúmeros trilheiros de vários países, com caráter internacional. Os participantes lotaram também o belo Teatro Popular, no Caminho Niemeyer, com sua arquitura arrojada assinada pelo arquiteto genial Osca Neimeyer.

Aliás, Niterói é a cidade com maior número de obras de Niemeyer, que são um grande atrativo para a visitação de estrangeiros. Durante 5 dias, os 3 mil trilheiros presentes discutiram seus destinos e, no encerramento, leram a Carta da Guanabara, com pleitos e propostas da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. No Brasil, já são mais de 10 mil quilômetros de trilhas demarcadas oficialmente e um número cada vez maior de trilheiros e trilheiras percorrendo as trilhas, dia e noite, seguindo as pegadas amarelas e pretas que sinalizam os percursos em todo o país.

Na trilha do Sindicato

Estive em Niterói nesta ocasião, para participar de um evento promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ). Sendo vice-presidente da instituição, eu não poderia faltar ao convite do presidente, o jornalista, artista plástico e diretor de teatro, Mário Sousa. O evento foi no magnífico Solar do Jambeiro, construído em 1872 pelo português Bento Joaquim; um belo exemplar da arquitetura residencial urbana do Século XIX.

Cercada pelo ar fresco dos jardins encontrei o atual diretor, Lula Basto, um homem ligado às artes especialmente ao teatro, e às escolas de samba, tendo sido julgador do Desfile Oficial no Sambódromo do Rio, por vários anos, como eu. Foi uma grande surpreza, até pelo oferecimento de trazer para Saquarema duas grandes exposições recentes realizadas no Solar do Jambeiro. Com ele, a ativista cultural Zezé Latgé, amiga de longas datas no PDT de Brizola , Darcy Ribeiro.

Niterói lotada!

Não havia hotel para me abrigar naquela noite. Mas, consegui finalmente um quarto confortável numa pousada no bairro Vital Brasil, ao lado de Icaraí, para pernoitar e no dia seguinde retornar para Saquarema. O debate de alto nível reuniu jornalistas de várias locallidades, todos também escritores, na mesa. De Araruama veio Célio Pimentel, editor do jornal Hora Certa e autor de dois livros sobre a Estrada de Ferro Maricá. Também falou o grande Adelfran Lacerda, de Campos, que acaba de lançar uma campanha gigante pela preservação da livraria Ao Livro Verde, a mais antiga do Brasil.

O veterano Continentino Porto, autor de um livro já esgotado sobre o ex-presidente JK, revelou momentos de sua vida na Rádio Nacional e na ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), entre outras memórias. E eu falei na minha carreira cheia de trancos, no Rio e em São Paulo, incluindo uma pequena passagem pela sucursal da Veja no Rio Grande do Sul. E destaquei o meu mais recente livro “Folias de Saquarema: dois aspetos da cultura popular”, premiado na Lei Aldir Blanc em Saquarema, além do já esgotado “Carnavais de Guerra. o nacionalismo no samba”, publicado em 1º85, graças a uma pesquisa premiada pela FUNARTE.

Encontro de trilhas

Finalmente, se encontraram as trilhas do Congresso realizado em Niterói com a trilha do jornalisto literário no Ingá, em Niterói. São dois destinos que vivencio na prática. O de trilhas, através da amiga e trilheira Iza Paes, de Saquarema, eu e ela ativistas do meio ambiente. A trilha literária e jornalística, promovida pelo do Sindicato, é sempre linda, quando novos e antigos companheiros se encontram, trazendo experiências de vida, carregadas de emoção e sabedoria.

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