![Atravessando sobre os tapetes de sal, a procissão de Corpus Christi deste ano teve como tema “Juventude e Eucaristia” (fotos: Agnelo Quintela)](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Procissao-de-Corpus-Christi-Agnelo-Quintela.jpg?resize=610%2C408)
As festas religiosas em Saquarema são mais do que uma tradição. São um hábito que passa de geração em geração, ao longo dos séculos, desde que foi achada por pescadores a imagem de Nossa Senhora de Nazareth no penhasco onde hoje se encontra a igreja matriz. Foram os portugueses, no período colonial, que trouxeram para cá o costume das folias, tanto a Folia de Reis como a Folia do Divino, que permanecem até hoje. Fontes de profunda tradição católica e popular, as folias em Saquarema já foram tombadas, assim como a Festa de Nossa Senhora de Nazareth, como patrimônio imaterial do município. O projeto de lei foi do ex-vereador Rafael Pinheiro, preocupado com a preservação da nossa cultura popular religiosa.
![O artista plástico Nelsinho e o belo tapete de sal, uma obra de arte (Paulo Lulo)](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2013/07/O-artista-plastico-Nelsinho-e-o-belo-tapete-de-sal-Paulo-Lulo.jpg?resize=273%2C205)
Este ano, a Festa do Divino, com procissão, coroação do imperador-menino e sua corte imperial, bandeiras, reza da mesa, banquete comunitário, banda de música e grupo de foliões, foi mais uma vez uma confirmação da religiosidade que permeia Saquarema, ao longo do ano. Logo depois, o Corpus Christi, com sua procissão majestosa sobre os tapetes de sal e a missa campal, deram mais uma vez o tom de uma das manifestações religiosas que atraem maior número de fiéis a cidade, incluindo o turismo religioso que hoje é fonte de renda para muitos municípios.
Nos meses de junho e julho, as festas juninas e julhinas, com suas quadrilhas, bandeirinhas, quitutes doces e salgados, canjica e caldos, se mantém nos três distritos, começando pela Festa de Santo Antônio, em Bacaxá, passando pela de São João, no centro de Saquarema, este ano prejudicada pela chuva, e culminando com a Festa de São Pedro, na lagoa, organizada pela Paróquia, Prefeitura Municipal e Colônia de Pescadores. Este ano, a tradicional procissão de barcos começou no Boqueirão, parou na sede da Colônia Z-24 e se encerrou na Praça dos Pescadores, onde se encontrou com a procissão do Sagrado Coração de Jesus, que desceu com os devotos do alto da igreja de Nossa Senhora de Nazareth.
![Festa do Divino, marco histórico da religiosidade católica, lota o Centro da cidade, onde os fiéis fazem procissão](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Festa-do-Divino-Agnelo-Quintela-2.jpg?resize=273%2C182)
Saquarema é o berço do primeiro Círio de Nazareth no Brasil, uma tradição portuguesa que chegou com os colonizadores e se espalhou pelo país. A festa que atrai devotos de todo o Estado do Rio de Janeiro, não encontra porém no município a infraestrutura que necessitaria para ser divulgada em grande escala, ao contrário de Belém do Pará, onde a Festa de Nazaré cresceu tanto que hoje vem se consolidando cada vez mais pelo seu gigantismo. Na verdade, no norte a festa dura um mês, com várias atrações e se encerra com uma procissão que é uma atração não só religiosa, mas também turística, com milhares de devotos de todo o país.
![Fiéis arrastam populares, que seguem a bandeira do Divino em devoção pelas ruas](https://i0.wp.com/www.osaqua.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Festa-do-Divino-Agnelo-Quintela.jpg?resize=273%2C182)
Nos últimos anos, a Nossa Senhora de Nazaré de Belém do Pará costuma visitar Saquarema e a Nossa Senhora de Nazareth (observar que a grafia é diferente para cada santa). É um ato simbólico relevante para os católicos locais que encontram nesta oportunidade uma forma de reforçar a fé na santa padroeira do município, desde 1630, no século 17. Com sua feição atual construída no século 19, em estilo barroco, a igreja é o maior símbolo da cidade, no alto do morro, onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora de Nazareth, por simples pescadores.