Cidade Comunidade Dulce Tupy Educação Nas Bancas Opinião

Aniversário dos 70 anos do meucompanheiro Edimilson Soares

Editorial - Dulce Tupy
Edimilson em família e amigos de fé, irmãos camaradas… (Foto: Juli Morais)

Nós nos conhecemos no início dos anos 90, no centro do Rio, no restaurante Vermelhinho, tradicional ponto de encontro de jornalistas e da esquerda carioca. Eu era, então, presidente do Movimento de Mulheres do PDT e trabalhava no governo Brizola, na Secretaria Estadual de Cultura, como diretora do Museu Carmen Miranda. Ele, coordenador da Secretaria Sindical do PDT e assessor parlamentar na Câmara Municipal. Edimilson tornou-se o mais fiel colaborador do Movimento de Mulheres do PDT, principalmente na elaboração do boletim do MM-PDT, que saía mensalmente e circulava não só no partido mas em várias instâncias políticas e feministas no Rio de Janeiro.

Adorado e incomodando muita gente, o boletim MM-PDT revelava todo o nosso empenho e demonstrava na prática que havia sim uma imprensa partidária, mesmo que os partidos na época não se prestassem muito a isso. Foi uma pena, porque mais tarde verificamos como fez falta não só ao PDT, mas a vários partidos, incluindo o PT, o trabalho de uma imprensa partidária ativa e eficaz. Também participamos da elaboração do jornal Fio da História, produzido pela bancada federal do PDT, em apoio à futura campanha presidencial de Brizola, que infelizamente não foi eleito ao cargo máximo da nação brasileira. Se tivesse chegado lá, hoje provavelmente não teríamos tantas dificuldades, porque não fizemos o trabalho de casa, como Brizola dizia.

“Construam CIEPs hoje, para não construir presídios amanhã”, dizia o grande estadista que revolucionou o ensino, junto com Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, prevendo o nosso futuro! Eu e Edimilson ficávamos empolgados com esse líder que desde 1961 se revelou um grande político na heróica Campanha da Legalidade, quando era governador do Rio Grande do Sul. Filha de pai gaúcho, eu me empolgava com esses ventos libertários que vinham de lá. Edimilson, herdeiro da tradição combativa do Norte e Nordeste, educado na escolinha do Partido Comunista Brasileiro, sindicalista com passagens por episódios nacionais e internacionais, vibrava com a possibilidade de novos tempos que não vieram e trouxeram para nós grandes prejuízos, decepções e outros caminhos a seguir em frente.

Junto com a nossa companheira Maria Prestes, viúva do líder Luiz Carlos Prestes, viemos passar uma semana em Saquarema e daqui nunca saímos mais. Nós nos mudamos para uma casa de minha mãe, na beira da praia em Barra Nova. Maria frequentou por anos nossa casa e acabou coprando um terreno por aqui, onde veraneou até o seu falecimento. Sua filha Zóia Prestes e seu genro Otávio Costa, aqui estão sempre que podem em uma linda casa na Manitiba… Recentemente, os 70 anos do Edimilson foram comemorados por parentes e um casal amigo. Ficamos felizes. Só sentimos falta do saudoso ex-prefeito Jurandir Melo, presença constante nas nossas comemorações.

Similar Posts