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Congresso Estadual de Jornalistas retoma o tema do meio ambiente

O jornalista, escritor e documentarista Edilson Martins, um pioneiro do jornalismo ambiental no Brasil

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro realizou no dia 4 de setembro, o Congresso Estadual de Jornalistas, tendo como eixo principal o tema do Congresso Nacional: “Os desafios da produção jornalística: das mudanças tecnológicas às formas de financiamento”.

Na abertura de manhã teve a presença virtual de representantes da FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas), Associação Sul Fluminense de Jornalistas, Associação Campista de Imprensa, Coletivo de Jornalistas do Norte Fluminense, entre outras entidades. Participou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ) Mário Sousa e a presidente da FENAJ Maria José Braga, que fizeram a saudação de abertura.
Em seguida, teve início a primeira mesa de debates, coordenada pelo jornalista Adelfran Lacerda, representante do SJPERJ na FENAJ, sobre “O Momento atual do Jornalismo no País – fake news, fim do diploma, ameaças e agressões diárias”. Participou a professora Flávia Clemente, Diretora do Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF (Universidade Federal Fluminense), a professora Kátia Falcão, Coordenadora do Curso de Jornalismo e Marketing da Universo, o escritor e jornalista Sérgio Caldieri, vice-presidente do SJPERJ, entre outros.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

De tarde, a segunda mesa foi coordenada pela jornalista e escritora Dulce Tupy, com o tema “O desmonte do Meio Ambiente e o Jornalismo”, tendo como convidado o jornalista, escritor e documentarista Edilson Martins, pioneiro do jornalismo ambiental, desde O Pasquim, célebre jornal da chamada imprensa “nanica”, que era o principal jornal da resistência contra a ditadura nos anos 70. Com produção do professor João Carnavos, o Congresso aprovou propostas e teses para o próximo Congresso de Jornalistas da FENAJ, que vai se realizar em outubro.

No Congresso no Rio de Janeiro, participaram jornalistas que trabalham em jornais, revistas, TVs, rádios, mídias sociais, empresas de assessoria de imprensa, profissionais das empresas privadas e instituições públicas, além de estudantes e professores de Comunicação, jornalistas aposentados, desempregados e outros. No final, foram apresentadas e aprovadas algumas teses para o Congresso Nacinonal de Jornalistas e eleitos os delegados do Rio de Janeiro. Foi aprovada também a Carta do Estado do Rio de Janeiro, que teve como destaque a aprovação da tese de inclusão da “Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável”, no Artigo 10 dos Estatutos da FENAJ.

O VETERANO EDILSON MARTINS

O premiado jornalista Edilson Martins, nasceu no seringal Esperança, em Xapuri, no Acre, e foi militante e preso político na década de 60. No jornal O Pasquim, fez várias reportagens sobre o meio ambiente, nas chamadas “Páginas Verdes”. Experiente repórter, trabalhou no Jornal do Brasil, Diário Carioca, Tribuna da Imprensa, Manchete e outras publicações, produzindo também reportagens para canais de TV. Em 1989, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog, com o documentário “Chico Mendes, um povo da floresta”. Em 2011, dirigiu a série “AmazôniAdentro”, para a TV Brasil. Parte de seus trabalhos está disponível no Portal da ONU (Organização das Nações Unidas) na internet.

Edilson Martins também nasceu em Xapuri, no Acre, e fez a última entrevista com Chico Mendes


Autor de vários livros – “Chico Mendes, um povo da floresta”, “Nós, do Araguaia”, “Makaloba”, “Nossos índios, nossos mortos”, “Amazônia, a última fronteira”, “Páginas Verdes”, “Viagem de Bediai, o selvagem e o voo das borboletas” e “Ecologia, a busca da nossa sobrevivência”, este último em co-autoria com Jean Jacques Boulou, Edilson Martins é uma das maiores autoridades em Amazônia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável no Brasil. Amigo de Chico Mendes, com quem conviveu durante vários períodos na Amazônia, é um “amazônida” que teve a oportunidade de conviver também com os grandes sertanistas do antigo SPI e da FUNAI, como os irmãos Cláudio e Orlando Villas-Boas, Francisco e Apoema Meirelles, entre outros.

No Congresso Estadual de Jornalistas, o mestre Edilson Martins deu uma aula, com sua voz pausada e sua experiência marcante. Falou um pouco de tudo, das hidrelétricas, das queimadas, das reservas extrativistas hoje virando pastos na Amazônia, entre outros assuntos fundamentais. E, com um senso crítico apurado disparou: “O Brasil tem crescido implodindo seus bens naturais, desde os primeiros colonizadores, que aqui chegaram e derrubaram uma árvore para fazer uma cruz”! Para ele, o mal está nas rodovias que cortam a Amazônia em pedaços, a mineração, a agropecuária e a soja, num processo perverso e irreversível.

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