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Assassinato nos Estados Unidos gera protestos no Brasil

O pastor e advogado Martin Luther King Jr

Desde que um segurança negro americano, George Loyd, foi asfixiado e morto por um policial branco, em Mineapolis, nos Estados Unidos, cidadãos do mundo, especialmente jovens, se manifestaram contra o racismo que ainda existe em pleno século 21, tardiamente. Os Estados Unidos foi berço das lutas pelos direitos civis nos anos 60 e 70, tendo à frente o pastor e advogado Martin Luther King Jr. Foi a época de grandes manifestações dos movimentos Black is Beautifull (Negros são lindos) e os radicais Black Panters (Panteras Negras), além dos movimentos pacifistas, contra a guerra do Vietnã, e dos hippies que preconizavam a paz, num movimento de contracultura abrangente, que incluía desde a revolução sexual até as drogas psicodélicas do Flower Power (Poder das Flores).
Algo muito parecido acaba de ocorrer nos Estados Unidos e em todo mundo, inclusive no Brasil, questionando a violência policial contra cidadãos pobres, negros e indígenas. Tanto lá, como cá, onde os negros são a maioria das vítimas das agressões policiais, o racismo está diretamente vinculado ao colonialismo. E o que é o racismo? No dicionário, racismo é um “conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças”. Pode ser também “doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras”. Na prática o racismo surgiu no período colonial que explicava, justificava e legitimava todos os crimes, perseguições e aberrações praticadas pelos dominadores contra índios e negros escravizados.

RACISMO COLONIAL

O segurança George Floyd, asfixiado em Mineápolis

O colonialismo europeu na África, Ásia e nas Américas inaugurou um triste capítulo da escravidão inicialmente dos indígenas que aqui habitavam há séculos e foram sendo dizimados em verdadeiros atos de genocídio. Com o tráfico negreiro, o racismo recaiu sobre os negros e mestiços. Na verdade, esse racismo secular perdura até hoje, de formas dissimuladas ou abertas. A morte do segurança e motorista George Floy, nos Esttados Unidos, acendeu o pavio das lutas contra o racismo. Cerca de duzentas cidades americanas, além de Minneapolis, onde Floy foi asfixiado e morreu, tiveram manifestações populares, na maioria de jovens negros, mestiços, latino-americanos, chineses e de várias etnias, inclusive brancos.

Na Europa, no Reino Unido, um dos baluartes do colonialismo, uma estátua de um escravagista branco foi arrancada do pedestal, em Bristol, e jogada no rio que corta a cidade. Nos Estados Unidos várias estátuas foram mutiladas. No Brasil, pipocaram manifestações contra o racismo, de norte a sul, mas nada se igualou ao Rio de Janeiro, onde o centro da cidade recebeu uma multidão em protesto. Movimentos negros, organizados, convocaram uma manifestação pacífica a partir do busto de Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, na Av. Presidente Vargas, e partiram rumo à Candelária, seguindo posteriormente até a Cinelândia.

RACISMO NO BRASIL

O menino João Pedro assassinado em São Gonçalo

Na ocasião, houve o questionamento do assassinato de jovens negros nas periferias, incluindo o adolescente João Pedro, que levou um tiro nas costas dentro de casa, durante uma recente operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Dias depois, o menino Miguel Otávio morreu ao cair do 90 andar de um prédio de luxo no Recife, em Pernambuco. Não é uma mera coincidência. Os assassinatos de crianças e jovens negros é recorrente no Brasil, podendo se incluir neste rol o assassinato de mulheres, como a vereadora negra Marielle Franco, ocorrido há 2 anos.

As manifestações espontâneas contra o racismo e pela democracia, surgidas desde que as torcidas organizadas se manifestaram em São Paulo, se multiplicaram em todo o país. Clamando por justiça social, contra o racismo e pelas liberdades democráticas, com poucos partidos apoiando o movimento (PSTU, PSOL e UP) revelam um novo momento político no país, cansado das atitudes de caráter populista, racista e fascista do governo brasileiro, que chegou a colocar um racista declarado à frente da Fundação Palmares, uma instituição de combate ao racismo! A questão do racismo está só começando a ser efetivamente debatida no meio do povo e integrada ao discurso e prática da política progressista em âmbito nacional.

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