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Fernanda Montenegro: 90 anos!

Cultura é Notícia - Beatriz Dutra

Sim, em 19/10/2019, FERNANDA MONTENEGRO, honra e glória do teatro brasileiro, completou 90 anos. Dentre as comemorações do expressivo aniversário, está o lançamento de seu livro de memórias: “Prólogo, ato, epílogo” elaborado com a colaboração de Marta Góes e publicado pela Companhia das Letras, do qual selecionamos alguns fatos e frases para conhecimento e deleite dos leitores de “O Saquá”.

* “O palco é, definitivamente, o espaço mais livre que o homem jamais criou. Se olharmos os palcos de um país, saberemos, exatamente, que país é esse.”

Fernanda Montenegro com o
livro-biografia, mais um recorde de vendas no Brasil

* “Nasci no subúrbio do Rio de Janeiro, no bairro do Campinho, entre Jacarepaguá, Cascadura e Madureira, quando essa redondeza era uma área de moradias em terrenos ainda com árvores, hortas, animais domésticos.”
* “Algumas de nossas igrejas de subúrbio tinham modestos espaços culturais. No Campinho, onde eu ainda morava, no fundo da igrejinha de São Sebastião… existia um teatrinho. Com oito anos, participei ali de um dramalhão português chamado “Os dois sargentos”… Fiz o papel, como menino, de um dos sargentos. Uma única apresentação. Foi a primeira vez que pisei num palco. Guardei para sempre na lembrança a sensação de levitar, envolvida numa luz cor-de-rosa e eu me sentindo fora de mim. Mas nem sequer suspeitei de que, um dia, aquele mistério seria o meu ofício. A minha vida.”

* “Nos meus quinze anos, quando ouvi o seguinte anúncio durante uma programação da Rádio MEC: “Você que é estudante, venha participar do Rádioteatro da Mocidade!… Num impulso, até mesmo para mim surpreendente, criei coragem e procurei a sede dessa estação, em frente ao Campo de Santana. Fui sozinha… Preenchi um formulário e voltei para casa – achei que não fosse acontecer nada. Dois meses depois, recebi um telegrama solicitando que me apresentasse na rádio. Hoje, sei que fui atraída a esse teste pela possibilidade de chegar a algo imponderável – essa é a palavra – que transcendesse o “apenas fazer”. Na minha sensibilidade, eu já intuía que, como mulher, precisava me acalmar numa profissão que deveria ser votiva. E livre. Buscar um mundo absolutamente sensitivo.”
* “Respeito todo tipo de encenação, da mais acadêmica à mais contestadora, mas, sentada na plateia, o que me envolve sempre, em primeiro lugar, são os atores. É neles, em nós, que está o teatro.”

Amigos leitores de “O Saquá”, esse livro de Fernanda Montenegro é belo, fascinante, empolgante!… Lê-lo é conhecer não apenas as admiráveis realizações dessa extraordinária atriz, mas o excepcional ser humano que é a “Musa Sereníssima”, como a chamou Nelson Rodrigues.

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