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Uma luta de todas

Como parte integrante do Seminário “12 anos da Lei Maria da Penha: Desafios”, foi lançado no CEDIM/RJ, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro, o documentário “Sombras Profundas”, uma produção argentina sobre a violência contra a mulher. Legendado em português, o filme despertou um intenso debate. Sombras Profundas nos foi disponibilizado pelo IMD, Instituto Multimedia DerHumALC, Derechos Humanos en America Latina y Caribe, através de Julio Santucho e Lucia Heredia.

Participaram do evento, a Juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica, Adriana Ramos de Mello, a coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública, Flávia Nascimento, a subsecretária estadual de Políticas para as Mulheres, Ivone Vilete, a presidenta do CEDIM, Helena Piragibe, além de representantes de 15 municípios e de instituições que lutam pelos direitos da mulher. A versão brasileira do documentário foi produzida pela AMEAS, Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema, e pelo CEDIM, em parceria com o Projeto Violeta do Poder Judiciário e o Fórum Fluminense de Prevenção à Violência Contra as Mulheres. Considerado uma excelente ferramenta de apoio para futuras ações no combate à violência contra a mulher, o DVD “Sombras Profundas” foi distribuído a todas as instituições presentes.

Segundo Lucia Heredia, responsável pela elaboração do documentário, até 1988 não havia na Argentina Delegacias da Mulher e nem leis que permitiam às vítimas proteção. Em 2001, começa o empoderamento das mulheres na Argentina, reconhecendo-se como gênero, percebendo que seus sofrimentos eram de classe e assim foram levando suas demandas às ruas. Para as mulheres que participaram em “Sombras Profundas” foi um desafio contar suas histórias.

Naquela época, não se falava essas coisas publicamente; era uma vergonha e ainda reinava o “algum motivo terá”, para justificar a violência contra as mulheres. Além disto, por medo, muitas delas nem realizaram denúncias e uma delas não quis e/ou não pôde mostrar sua face, já que temia ter consequências no seu trabalho, pois era docente e tinha medo de ser despedida se soubessem que ela tinha sido vítima de violência por parte do seu companheiro…

Hoje as mulheres fazem os mesmos relatos reproduzidos neste filme, mas nota-se que, cada vez mais, vão perdendo o medo, o horror coletivo. Por outro lado, um pedido de justiça tem se instalado na sociedade. Hoje, este documentário incorporaria as marchas do “Ni una menos” nas quais, evidentemente, participaram mulheres que foram protagonistas desta pequena história.

Participação: LUCIA HEREDIA

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