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FAMA: Fórum Alternativo Mundial da Água

Na Universidade de Brasília, uma reunião debateu a questão da água no chamado Chaco Americano, um território de maioria indígena, que abrange o sul da Bolívia, o Paraguai e norte da Argentina, vizinhos dos guaranis dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul brasileiros. (Foto: Dulce Tupy)

No Dia Mundial da Água, dia 22 de março, encerrou-se o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), que reuniu cerca de 7 mil pessoas durante 5 dias em Brasília (DF), na Universidade Nacional de Brasília (UNB) e no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Verdadeiro contraponto ao 8° Fórum Mundial da Água, considerado pelo FAMA um “fórum das corporações” , o Fórum Alternativo Mundial da Água teve como lema: “Água é direito, não é mercadoria”. O FAMA se encerrou com uma marcha, que mobilizou representantes dos movimentos populares, povos tradicionais, indígenas, negros, mulheres, jovens, religiosos, lideranças espirituais, membros de organizações não governamentais, de universidades, pesquisadores, ambientalistas, grupos, coletivos, redes, frentes, comitês, fóruns, institutos, articulações, sindicatos e conselhos que estavam presentes.

O FAMA foi um instrumento de luta pela água. Denunciando a crise do capitalismo e a ideologia neoliberal, o FAMA se opôs à transformação da água em mercadoria, através da privatização. Daí as denuncias contra empresas transnacionais como a Nestlé, Coca-Cola, Ambev, Suez, Veolia, Brookfield (BRK Ambiental), Dow AgroSciences, Monsanto, Bayer e Yara, contra organismos financeiros como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional e ONGs ambientalistas “de mercado” como The Nature Conservancy e Conservation International.

DEFENSORES DA ÁGUA

Para o FAMA, as águas são seres sagrados. E, como verdadeiros guardiões e guardiãs das águas e defensores da vida, os membros do FAMA assumiram a luta mundial dos povos em defesa das águas que para eles são vida, saúde, alimento, território e direito humano. A proposta do FAMA é o acesso democrático à água, orientado pela justiça e pela solidariedade, não pelo lucro. Em sua Declaração Final, a água é definida como um dom que a humanidade recebeu gratuitamente e direito de todas as criaturas.
Assinaram a declaração mais de 40 organizações, entre elas a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Articulação Semiárido Brasileiro, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento, Cáritas Brasil, Central de Movimentos Populares, Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Confederação Nacional dos Urbanitários, Confederação Nacional das Associações de Moradores, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Comissão Pastoral da Terra, Confederação Sindical de Trabalhadores/as das Américas, CUT, Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, Federação Nacional dos Urbanitários, Federação Única dos Petroleiros, Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Internacional de Serviços Públicos, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, ONG Proscience, Rede Mulher e Mídia, Serviço Interfranciscano de Justiça Paz e Ecologia, Sociedade Internacional de Epidemiologia Ambiental e outras entidades.

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