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Leveza no existir

Cultura é Notícia - Beatriz Dutra

Viver é adaptar-se. E “de repente, não mais que de repente”, a PANDEMIA em nossos caminhos. Perplexidade, aturdimento e a indagação: E agora? Agora, é adaptarmo-nos ás regras do novo viver, para sobrevivermos. E como é difícil: o isolamento social, contrariando a nossa natureza social; o confinamento obrigatório, reduzindo sensivelmente a nossa liberdade de ir e vir; e… cautelas… infindáveis cautelas… indispensáveis cautelas… pois grave é o risco de vida!…

Ouvi de médico, a previsão de um considerável aumento de depressões… E a pergunta que se segue: como escapar dessa dor na alma que é a depressão? É possível isso, diante de quadro tão sombrio? Creio que buscando o possível no impossível, ou seja, estimulando a criatividade e buscando atentamente a leveza no existir, o raio de luz na escuridão, talvez seja a alternativa indispensável para a preservação da nossa saúde mental. Difícil? Sim, dificílimo, mas não impossível. A pressa em que vivíamos, não existe mais. Agora temos tempo de pensarmos no rumo que queremos dar às nossas vidas. E a busca de um viver mais equilibrado, mais consoante aos nossos sonhos, sem dúvida, colocar-nos-á mais próximos de uma vida mais saudável e feliz. E, certamente, trará mais leveza ao nosso existir. Mario Sérgio Cortella diz que “a leveza pede uma vida mais simples. E uma vida mais simples não é uma vida boba, simplória ou superficial. Mas é algo com menos desgaste, que nos desvitalize menos.”

“E podemos ter essa vida, em qualquer lugar em que se esteja. Talvez diminuir a carga de trabalho, consumir cada vez menos, criar pequenas pausas em nossos afazeres, ter momentos de lazer, sejam coisas que até pareçam pequenas, mas que no fim, na soma de tudo, contam muito na balança de nossas emoções.” (Débora Gomes em “Cultive a leveza”, Revista “Vida Simples”, edição 205).

Sem dúvida, a maneira como transitamos pela vida é responsabilidade nossa; escolha nossa. “Podemos seguir por aí carregando nossas angústias, nossos medos, dores e insatisfações, ou podemos diminuir um pouco essa bagagem, prestando cada vez mais atenção em nossas ações e substituindo tanto peso por doses generosas de bom humor, gentileza e paciência com as imperfeições. Não é tão difícil assim.” (Débora Gomes, no artigo citado acima.)
* Débora Gomes cita em seu belo artigo, um livro que está instigando a minha curiosidade: “A Arte de Ser Leve”, de Leila Ferreira (Ed. Planeta).

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