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A marcha do 8 de março

Concentração na Candelária às 16 horas. Muita chuva. Pouco a pouco as mulheres foram chegando com guarda chuvas armados que não evitavam que se molhassem. As capas plásticas dos ambulantes se esgotaram. Das mais diversas idades e raças, representantes da diversidade que dá significado à questão de gênero preparavam seus materiais, bandeiras e cartazes. Diversas mas não dispersas – juntas – fizeram da Candelária, no Rio, um palco colorido. Palavras de ordem aqueciam seus corações e ecoavam por suas bocas… A chuva não as impedia de expressar a energia coletiva que as impulsionava. A caminhada começou às 18 horas e seguiu pela Av. Rio Branco rumo à Praça XV, onde terminaria.

Inúmeras apresentações culturais integraram o ato: danças, cenas teatrais, mulheres pernas de pau e bandas de lata. Um imenso balão com 8m e registros alusivos, faixas, cartazes, bandeiras, ou mesmo o próprio corpo, dimensionavam a pauta das reinvindicações: Não à violência contra as Mulheres; Descrimilização do aborto; Direitos da mulher negra; Direitos das Mulheres Transgênero, Lésbicas, e a todas as formas de diversidades; Contra a Reforma da Previdência; etc. O carro de som proclamava o conteúdo de luta que era multiplicado pelas vozes femininas: Nem recatada, nem do lar! As mulheres estão na rua prá lutar; Se cuida, se cuida seu machista! A América Latina vai ser toda feminista!; O corpo é nosso…

Uma corda segurada por mulheres criou um espaço para mães com filhas e filhos, garantindo suas participações. Emocionante ver crianças levantando os bracinhos, acompanhando as falas coletivas como suas mães. Lindas! Fotos, filmagens, registros de todas as formas que as redes sociais divulgam, pois a imprensa formal priva a população de conhecer a luta das mulheres que, nas ruas, dão visibilidade a essas causas. O simbolismo do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, foi plenamente contemplado neste ato, com toda a diversidade, o vigor da juventude e a presença das idosas, que também foram às ruas, trocaram abraços e traduzem a memória das lutas, ainda tão necessárias. Chegamos à Praça XV e, após vários discursos, o ato foi encerrado e dali saímos com a certeza da nossa força, resistência e energia para uma construção coletiva de tanta significação. Pela vida das Mulheres! Pela Democracia! Nenhum direito a menos!

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