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Encerrada fase de investigações da CPI

 

Vários meses se passaram, desde que foi instaurada a CPI para apurar a suposta doação ilegal de terrenos, com base na denúncia do Ministério Público através de uma Ação Civil Pública contra o ex-prefeito Antonio Peres, seu irmão, o ex-procurador geral e atual vereador Chico Peres, e outros envolvidos na doação de terrenos no Loteamento Recanto da Lagoa, entre o Verde Vale e a Barreira. Se confirmada a operação e os malfeitos já apurados, durante a investigação promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Saquarema, o prejuízo para os cofres públicos ultrapassaria 2 milhões de reais.

Na fase das oitivas que se encerrou na quinta-feira, dia 15 de outubro, foram ouvidas várias pessoas, entre eles funcionários, pessoas envolvidas com as doações dos terrenos e beneficiários que receberam os lotes. Tanto Antonio Peres como seu irmão Chico Peres não fizeram nenhuma declaração, embora tenham comparecido à sala onde eram tomados os depoimentos na Câmara, usaram do mesmo expediente de José Dirceu e vários outros envolvidos na “Operação Lava Jato” e apresentaram o chamado “Salvo Conduto” em Habeas Corpus que garantiu o direito de permanecerem em silêncio, não se auto incriminarem e não serem presos em flagrante por crime de falso testemunho, dentre outros . O relatório final está em elaboração e deve ser apresentado na próxima semana, com as conclusões da CPI, para só então ser enviado de volta ao Ministério Público, onde se originou a Ação Civil Pública.

“Encerramos esta fase e entramos agora na fase de elaboração do relatório que será apresentado em breve”, diz o presidente da CPI, vereador Rodrigo Borges. “Alguns depoimentos foram contundentes e demonstram que funcionários recebiam ordens tanto do ex-prefeito como do ex-procurador para cometer os malfeitos”, explica ele. Neste sentido, considera que entre os crimes cometidos – e ainda não tipificados totalmente – há grande chance de ter havido pelo menos o de formação de quadrilha e também falsificação de documento público. Pelo menos uma assistente social e um servidor público da administração direta deram depoimentos que consolidam estas suspeitas, que deverão constar no relatório final, que será apresentado pelo vereador Paulo Renato, em breve.

Isto está deixando o clima quente na Câmara. Recentemente, o fotógrafo Agnelo Quintela foi ameaçado pelo vereador Chico Peres que não queria que ele tirasse fotos do depoimento de seu irmão. Chico chegou a dizer que quebraria os equipamentos fotográficos de Agnelo, se insistisse em fotografar para o jornal O Saquá. Constrangido, Agnelo guardou sua máquina dentro da bolsa, mas há testemunhas do ocorrido. Dias depois, ao se encontrarem na Câmara, Chico Peres pediu desculpas a Agnelo, que já havia sido constrangido pelo próprio Chico em outra ocasião.

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