Surfe

Itaúna, a praia tradicional do surfe

Sede da Associação de Surfe de Saquarema, point badalado na Praia de Itaúna
Sede da Associação de Surfe de Saquarema, point badalado na Praia de Itaúna

A Praia de Itaúna tem, segundo os grandes surfistas nacionais e internacionais, algumas das mais perfeitas ondas do planeta. Pérola do turismo esportivo de Saquarema, Itaúna está registrada na história como pioneira do surfe e hoje é um celeiro de atletas como Raoni Monteiro, atualmente em posição de liderança no circuito mundial, após sua vitória em Bells Beach, na Austrália, vencendo o campeão mundial Joel Parkinson, numa bateria emocionante. É o caso também da adolescente Kayane Reis, que também está indo para a Austrália, Alessandra Vieira que ganhou vários títulos, entre eles o de campeã mundial e Taís de Oliveira, todas brilhantes em suas categorias.

E pensar que tudo começou com o mergulhador Armando Serra , surfista do Arpoador, do Rio, que veio fazer caça submarina em meados dos anos 60 e se encantou com as ondas de Itaúna! Rossini Maraca e Tito Rosemberg vieram em seguida, em 1964, num jeep, tração 4 rodas; constataram a qualidade das ondas, que quebravam perfeitas nas areias desertas de Itaúna. Ficaram acampados na praia, na restinga, tendo ao alcance das mãos pitangueiras, pés de mamão, fruta do conde, tangerina, laranjas e uma plantação maravilhosa de aipim. Os pescadores nativos receberam muito bem estes e outros surfistas que foram chegando.

O filme documentário sobre  os principais campeonatos do  esporte em ascensão na década  de 70, que teve a fundamental participação de Maraca em todo processo de criação e produção
O filme documentário sobre
os principais campeonatos do
esporte em ascensão na década
de 70, que teve a fundamental participação de Maraca em todo processo de criação e produção

Nos anos 70, surgiu a fábrica de parafina Waxmate, de Otávio Pacheco e Paulo Proença, em Itaúna, e a fábrica de pranchas, de Ricardo Bocão e Betão, na Barrinha. Vieram então os campeonatos e os patrocinadores – o jornal O Globo, a loja Ala Moana, primeira loja de surf no Rio, o Mineirinho, o Limão Brhama, a Copa CCE, a Copa Rádio Fluminense, os dois campeonatos Town & Country, o Reef e outros, a maioria com articulação do surfista e publicitário Maraca que também teve papel decisivo na realização do Mundial de Longboard, que marcou o retorno dos grandes campeonatos em Saquarema, como o WCT, o SuperSurf e o WQS.

“O surfe é a maior mídia positiva de Saquarema”, diz Maraca. “Só no mundial de Longboard, em 2001, o especial do campeonato foi repetido 7 vezes no Sport TV”, relembra ele. “A Da Hui, marca havaiana, patrocinou o Longboard, exibido na Bandeirantes em horário nobre e em cadeia nacional, com uma audiência de 20 milhões de telespectadores”, continua. “Agora, os campeonatos são transmitidos ao vivo, pela internet, com uma qualidade excepcional, tendo em média 70 mil internautas no mundo inteiro”, finaliza.

Maraca e o companheiro Tito desbravando a recém descoberta Praia de Itaúna, ainda totalmente deserta, porém com o melhor dos atrativos para surfe: as ondas perfeitas
Maraca e o
companheiro Tito
desbravando a recém descoberta Praia de Itaúna, ainda totalmente deserta,
porém com o melhor
dos atrativos para surfe: as ondas perfeitas

Desde os primeiros tempos, em que Saquarema atraía a juventude dourada do Rio, como os consagrados surfistas Pepê e o Petit, mais conhecido como Menino do Rio, Itaúna sempre foi um mito que se espalhou pelo país e o mundo. O surfe em Saquarema também valorizou os terrenos em Itaúna. Hoje, o surfe é considerado uma grande fonte de renda em Bali, no Havaí, no Taiti, no Peru e em outros grandes points. Surfe é tão bom negócio que a Índia criou um fundo artificial numa praia que hoje é visitada pelos surfistas que vão para Bali e fazem escala em Nova Deli. Itaúna não precisa de fundo artificial. Com sua laje perfeita, é um paraíso tropical com seus tubos infinitamente belos.

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