Cultura

Uma história de superação

O carnavalesco Cahê Rodrigues conta como superou o incêndio no barracão da Grande Rio
Eu Acreditei E Voce
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“Eu acreditei. E você?”. Com este título o livro do carnavalesco Cahê Rodrigues, hoje na escola de samba Imperatriz Leopoldinense, acaba de ser lançado, narrando a quase impossível façanha de reconstruir o carnaval da Grande Rio, após o incêndio que atingiu a Cidade do Samba, em 2012. Com o subtítulo “Uma história de superação”, Cahê conta em linguagem emocionante os dias mais difíceis de sua vida, quando teve que refazer todas as fantasias das alas, os destaques de luxo, as alegorias e os 8 carros alegóricos que já estavam prontos para o desfile no Grupo Especial, na Passarela do Samba.

Faltavam menos de 30 dias para o desfile das escolas de samba, considerado o maior espetáculo da face da terra. A Grande Rio era uma das favoritas, pois no ano anterior, 2010, tinha alcançado o segundo lugar, perdendo apenas para a Unidos da Tijuca.  Na manhã do dia 7 de fevereiro de 2011, o carnavalesco acordou com a notícia do incêndio que já atingia o barracão da União da Ilha, da Portela e começava a lamber a Grande Rio. Correu para a Cidade do Samba, a tempo de ver as labaredas do fogo consumirem o resultado de um ano inteiro de trabalho. Porque, é como ele diz: “o próximo desfile começa quando acaba o desfile anterior”.

Com apresentação do jornalista Evandro Lima e prefácio da comentarista esportiva Glenda Kozlowski, o livro de Cahê conta o esforço que teve que fazer, junto com os componentes da escola, para acreditar que seria possível reconstruir o enredo em 26 dias. O prejuízo de mais de 10 milhões promovido pelo fogo num primeiro momento se abateu sobre a comunidade do município de Duque de Caxias, sede da Grande Rio, uma das maiores escolas da Baixada Fluminense, mas não abalou a persistência do presidente de honra Jayder Soares e do presidente administrativo da escola que deram toda a força a Cahê e sua equipe, para refazer o carnaval da escola para o desfile.

Contando também com a solidariedade de outras escolas, da Liga das Escola de Samba e de inúmeras pessoas que foram ajudar na reconstrução da Grande Rio, a escola pôde, enfim, desfilar com dignidade. Porém naquela noite, uma chuva caiu justamente na hora que a escola estava entrando na avenida. Foi como se estivesse lavando a alma daqueles componentes cansados mas felizes por terem conseguido se superar, como relembra Cahê Rodrigues.

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